Eram 4:30h da manhã quando a Pequena finalmente parou de chorar e dormiu. O estrago era grande: roupas espalhadas pelo chão, maquiagem borrada, olhos inchados e vômito, muito vômito. Ela era assim: gastrite nervosa desde os 15 anos de idade, quando teve a primeira depressão, e uma vontade incontrolável de vomitar quando o estômago apertava, e assim o fazia. Prontamente cobri seu corpo nu com um lençol fino por causa do calor, levantei do chão ao lado da cama onde eu estava sentada e fui limpar o corredor, antes que alguém visse aquela merda toda ao acordar pra trabalhar. A Pequena ressonava, repetindo um nome que eu sei bem qual é, e chorava até em sonhos; eu nunca me imaginei em tal situação, embaraçosa por sinal. Quando terminei tudo me deitei num colchãozinho no chão ao lado da cama, pronta pra segurá-la caso se debatesse durante o sono. Mas minha felicidade não durou muito: às 6:05h da manhã ela me fitava com grandes olhos castanhos inchados, meio atordoada de dor de cabeça, curiosa ao me ver ali.
-Há quanto tempo estou dormindo? - Ela me perguntou
-Pouco mais de uma hora e meia.
-Eu fiz muitos estragos?
-Só com você mesma, eu acredito.
A Pequena olhou pro teto, começou a chorar de novo, daquele jeito que eu sinto pena. Sim, pena. Ela me pediu pra não ser hipócrita, e assim estou fazendo. Ela levantou-se, tomou um banho e sentou-se na cama. Eu sabia o que ela estava fazendo: estava esperando. Esperando se regenerar, com calma, cuidando sozinha de suas feridas, mesmo eu estando ali, disposta a segurá-la quando precisasse (apesar disso nunca ter sido minha política).
E foi nesse momento que a Pequena conquistou meu respeito.
-Há quanto tempo estou dormindo? - Ela me perguntou
-Pouco mais de uma hora e meia.
-Eu fiz muitos estragos?
-Só com você mesma, eu acredito.
A Pequena olhou pro teto, começou a chorar de novo, daquele jeito que eu sinto pena. Sim, pena. Ela me pediu pra não ser hipócrita, e assim estou fazendo. Ela levantou-se, tomou um banho e sentou-se na cama. Eu sabia o que ela estava fazendo: estava esperando. Esperando se regenerar, com calma, cuidando sozinha de suas feridas, mesmo eu estando ali, disposta a segurá-la quando precisasse (apesar disso nunca ter sido minha política).
E foi nesse momento que a Pequena conquistou meu respeito.