domingo, 31 de outubro de 2010

Homens

Ah, os homens!
Tão másculos, virís, sedutores; poucos são cientes de seu encanto e de sua graça. E quando falo "graça" não me refiro meramente à bom humor e fazer rir: homens também tem leveza e harmonia de movimentos, olhares, bocas e caras inteiras que podem, por si só, furar os quatro pneus de uma mulher. Só lhes faltam a ciência disso, o domínio disso. E esses, (in)felizmente são dotes femininos. Mas voltemos ao maravilhoso mundo masculino, com seus braços e ombros largos e pescoço cheirando a Malbec.
Um homem pra ser bonito (ou pelo menos charmoso) tem que agradar pelo menos três dos cinco sentidos femininos. E o primeiro deles (surpreenda-se!) é o olfato. Não há mulher no mundo que não procure com os olhos o que o nariz já achou faz tempo. Seja lá qual for o perfume, desde que não agrida as narinas, a pergunta "de onde vem?" inevitavelmente vai surgir. E como é bom beijar um homem cheiroso. Amar um homem cheiroso. Fazer amor até a exaustão com um homem cheiroso. E ai sentir o perfume dar lugar ao cheiro natural, e encantar-se com tal aroma. E querer pra si tal aroma. A melhor (ou pior) lembrança de uma boa noite de sexo é o cheiro dele na roupa, no lençol, no carro. E lá ficamos nós, na nossa torcida pela ligação do dia seguinte.
O segundo sentido são os olhos. E não é beleza o que procuram os olhos femininos: é o charme; o vestir; é o primeiro botão aberto da camisa insinuando um convidativo peito dotado de pelos ou não (e cheiroso!); é a mão na nuca nos momentos descontraídos; é o olhar; os movimentos da boca; a barba (sim, a barba! mas sobre isso eu falo daqui a pouco); é a calça jeans insinuando coxas e bunda; é o sorriso, as sobrancelhas num semblante que não pára de se mexer; os ombros largos em harmonia com os braços no andar. Alguma dessas coisas que citei com certeza você, homem, tem e já conquistou alguém por causa disso. Quanto à nós, mulheres, nos resta a admiração e os suspiros.
Por último, e não menos importante, está a pele. Não a pele sedosa, bem cuidada (claro, isso num homem é muito atraente). Mas é na aspereza dos pelos, dos calos, da barba, é na grossura da pele de um homem que escorrega a pele ardente de uma mulher. É o toque inesperado no lugar certo durante a conversa de barzinho; é o roçar da barba no cheiro no pescoço; é o rosto que se afoga em beijos nos nossos seios; são as mãos inquietas na hora do sexo; é a segurada firme da mão; é a pele que cheira, o cheiro na pele.
Os outros sentidos não ficam de fora nesse balé de deleites; uma bela voz, um bom papo derrubam rainhas de Sabá e iabas de Jorge Amado. E o gosto também! Sim, homens têm sabor! E é atrás dele que vamos depois da festa dos outros quatro sentidos.
Os gays tem razão: vocês são tão lindos que atrair outro homem não é lá muito difícil. Ter consciência disso pode até ser uma arma na mão de meninos (não homens!) em busca dos prazeres da carne. Mas nas mãos grossas e peludas de um homem, que vise viver um bom romance, é a chave para se encontrar uma boa mulher. Boas mulheres reconhecem, mesmo que não saibam, homens dotados de tudo isso. E é pra esses que nós damos o céu.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Precaução é algo que...

... nunca tive na vida. Sempre gostei de arriscar, apesar de detestar instabilidades e imprevisibilidades. Meu espírito aventureiro está em constante choque com minha alma imutável. Mas isso não significa, de forma alguma, que eu tenho uma alma imóvel. Ela é inquieta, sabida, inteligente, esperta, uma menina de 8 anos solta num quintal arborizado. Acho que foi por isso que sempre me fodi muito nos meus (projetos) de relacionamento.
Entregar todos os pontos quando ainda tou na fase da paixonite é quase uma rotina na minha vida sentimental. Me doar, adorar, tratar (muito) bem... pra mim é tão comum e natural quanto cagar e comer.
E não é porquê eu sou fácil, ou leviana; paixão é meu pão de cada dia, não faço nada sem ela, de escrever ao sexo, do acordar ao dormir. Se faço, digo, beijo, escrevo, estudo, trabalho, crio filhos e canto é porquê sinto paixão.
Freios? Só os da minha bicicleta. E se eu me ferrar, nasci dotada da paciência de um monge pra recolher os caquinhos do meu coração e remontá-lo.
E é enquanto o remonto que aviso que brevemente ele vai se espatifar de novo.
E né que ele gosta disso?
Eu também.
Mas o amor, não. O amor é outra coisa...