quinta-feira, 4 de outubro de 2007

O último e primeiro beijo.

O dia tão esperado havia chegado. Ela estava ansiosa, com os cabelos presos num rabo solto, vestia jeans e camiseta branca, all- stars pretos e a pulseirinha azul que ele tinha dado.
Ele...8 anos de amizade. Muitas risadas, beijos, lágrimas e sorrisos que compartilharam. Não ia acabar, claro; mas 6 meses separados iriam deixar marcas incríveis de saudades. Mas ela queria o intercâmbio; havia lutado pra isso.
"Eu te levo no aeroporto", ele disse no telefonema de manhã. Foi o suficiente para instalar nela a semente da paranóia:
"Meu cabelo não tá bom"
"Será que ele vai me achar gorda nessa blusa??"
"Quero que ele guarde uma imagem legal de mim"
"Porra, eu o amo!"
A campainha tocou. Ela dava as últimas pinceladas com o delineador quando ouviu o amigo de infância cumprimentar sua mãe. Encontraram-se na sala minutos depois, num abraço caloroso, já cheio de saudades. Ela chorou:
"Ei, não vá borrar a maquiagem! Vai que teu príncipe encantado esteja no avião."
Não, ele não estava tão longe assim.
No carro, o silêncio reinava. Ela soluçava baixinho no banco de trás do carro segurando a mão dele, deitada no ombro dele, recebendo cafuné...dele.
Chegaram no aeroporto, puseram as malas num carrinho e foram circular enquanto os pais dela resolviam detalhes das bagagens. Conversavam, riam, beijavam-se como sempre faziam, como já estavam acostumados...só que de mãos dadas.
Última chamada. Sem perceber, ele apertou-lhe a mão como se aquele gesto valesse por todas as vezes que não o faria nos próximos 6 meses. Como voltaria? Mais bonita? Com outro cabelo? Mais mulher? Namorando? Não importava. Só a queria de volta. 6 meses tinham de passar logo.
No portão de embarque, beijos e abraços nas figuras materna e paterna. Festival de "Cuide-se", "Te esperamos", "Te amamos". Ela também os amava.
Chegou a vez dele. Sonhara com aquilo e iria fazê-lo.
Abraçaram-se, como sempre.
Afagaram-se, como sempre.
Trocaram um "Eu te amo muito", como sempre.
Beijaram- se, como nunca.
Imaginou que seria correspondida, mas não tão desejada. Não imaginou aqueles braços que sempre a abraçaram em momentos de medo e felicidade, enlaçarem-lhe a cintura de maneira tão sôfrega. Beijou-o como nunca beijou ninguém antes, como nunca beijaria ninguém na vida.
"Eu te espero", ele disse.
É...6 meses passariam logo.

6 comentários:

Anônimo disse...

Ah Maria...
As coisas aqui no mundo estão mal..
a crise tah malz...
E homens assim, quando encontramos, não sabemos valorizar direito..
Mas existem, sabemos..
É lindo ver isso..
Quando eu me for.. sei que não vai haver nada parecido.. mas...quem não tem alegria fica feliz com a dos outros... mesmo que os outros sejam personagens fictícios...

--Tou esperando o texto metendo o pau nas fumantes....-- (vou parar.. pensei nisso hoje)

Te amo! Muito. sentirei saudades, ainda bem que será uma semana e não seis meses :p

Bjus!

Anônimo disse...

que lindo *-*
será que existe isso? -.-


Te amo mto titia =*

Anônimo disse...

Nossa,Maria!Cada postagem que passa,tu te revelas uma crônista de primeira linha!
que voltes logo e bem!
Beijos,
Gregório de Matos.

Sophie disse...

Ai, Helena, ela morre. E é trágico, é trágico...

Muito lindo o texto. Crônica?
Muito lindo!!

Beijo

Belle disse...

uou...kramba...
show d bolaa muleeehh, tu es d+, saks?
nuuunca imagiineeei q tivesse uma amiga tao.. taoo... sei lah! tao show d boolaaa feitoo vc!!! kramba... escreve mto!

Anônimo disse...

É... são histórias de amor, algumas acabam em tragédias, outras em "até que a morte os separem", mas jamais deixam de ser histórias de amor, umas bem-vividas, outras, bem sarcásticas, mas nunca deixam de ser histórias de amor.
Muito lindo, Helena!
Até breve!